sábado, 11 de julho de 2009

Identidade, interfaces e o corpo pós-humano

Os avanços tecnológicos, e a disseminação da tecnologia, torna o ser humano refém do corpo. Pois, a facilidade em trocar informações e os padrões de beleza, impõem uma realidade utópica as pessoas. A identidade empírica, ou seja, aquela formada a partir referencial por diversas partes, esta a cada dia mais concentrada por meios digitais. Estes referenciais podem estar em blogs, sites ou através de uma simples pesquisa no google pelo nome de algum artista da mídia. O que as vezes é deixado de lado é o pensar no próprio corpo inserido em uma sociedade que tem câmeras por todos os lados, essas câmeras captam o corpo, imagens de pessoas anônimas, essas câmeras de segurança protegem ou roubam a privacidade do cidadão.
Entretanto, o que está sendo filmado? Um corpo apenas ou aparências. Imagens típicas de nossos dias chegam como imperativos de ideais a serem seguidos. Trata-se de modelos de identificação constituintes da identidade, fabricada pela propaganda, pelo esporte, nos quais o apelo à identificação, por sua vez faz um apelo ao corpo: o espetáculo. O poder de fascinação é, ao mesmo tempo, modelo de captura, e faz o espectador identificar-se com o vencedor (PORTO, 2002).
No entanto, como ficam as pessoas que não se encaixam nos padrões de beleza imposto?
A identidade é questão presente em muitos trabalhos da arte contemporânea. Orlan desenvolve uma pesquisa com o próprio corpo desde anos 1970, usando seu corpo como suporte para suas criações. A poética da artista gira em torno de suas cirurgias plásticas e do auto-conhecimento. Ao desconstruir seu corpo a artista controi uma nova identidade. De forma drástica e muitas vezes irreversível, a artista foi pioneira no assunto. As palavras de Kátia Canton (2001, p.52) se encaixam perfeitamente no trabalho de Orlan:
Esse corpo é um corpo mutante, virtualizado, simulacro das descobertas da ciência, da solidão que assola a vida urbana, do clichê e da réplica, do sentido que instaura a sua própria ausência, nos excessos de informação que se espelham pelos espaços informatizados do mundo pós-industrial.
O mito de Narcíso é recorrente nas refências atuais, por sintetizar o orgulho e glorificação da própria imagem tão presente na contemporaneidade. A busca pelo corpo perfeito é tão intensa que configurou-se a palavra narcismo ao dias atuais. Entretanto, as interfaces tecnologicas favoreceram ao simulacro desse corpo. A obra de Helga Stein exemplifica isso, pois, a artista usa programas computacionais para modificar seu corpo de maneira simulada, podendo se auto-representar de diversas formas. Para seu curador Eder Chiodetto "A contemporaneidade colocou definitivamente em xeque a já combalida idéia da fotografia como espelho do real", explica. "A veracidade das imagens, seu caráter documental, se tornou algo definitivamente nebuloso e impreciso".
A identidade passa por um processo nebuloso e impreciso, pois o homem não esta










Referências
PORTO, T. (2002): Linguagens em educação e comunicação. Pelotas, Ed. UFPEL.
CANTON, Katia . Novíssima Arte Brasileira - um guia de tendências. São Paulo: Iluminuras e FAPESP, 2000.
(HELGA STEIN)http://netart.incubadora.fapesp.br/portal/Members/gbeiguelman/news/portfolio-helga-stein Acessado em: 16 de julho de 2009.

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